DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA
E SURDOCEGUEIRA, NOVOS DESAFIOS
Sandra Maria Marques Ribeiro
Estamos diante de duas deficiências
tão iguais e tão distintas ao mesmo tempo, pois ambas possuem habilidades,
potencialidades e dificuldades próprias que merecem o nosso esforço em compreendê
– las. A deficiência Múltipla é um nome dado para uma pessoa que possui mais de
uma deficiência, sejam elas visuais ou auditivas desde que estejam presentes
com outras deficiências como intelectual, física ou distúrbios neurológicos e que
prejudica o desenvolvimento global da pessoa e a sua interação. Já a
surdocegueira possui duas deficiências juntas, ou seja, a cegueira e a surdez,
sendo ela associada a uma única deficiência. O uso destes dois sentidos torna -
se prejudicado e há necessidade de criar novas estratégias para que esta pessoa
aprenda e faça parte do mundo que a cerca. É muito importante saber que
surdocegueira não é uma deficiência múltipla, a pessoa surdocega precisa de uma
interferência de alguém ou de algum estimulo ao redor para adquirir, entender e
responder ao que foi solicitado. Seu conhecimento do mundo segundo Maia “se faz
pelo uso dos canais sensoriais proximais como: tato, olfato, paladar,
cinestésico, proprioceptivo e vestibular” (Maia, 2011, pág. 4). Já quem possui deficiência
múltipla na maioria das vezes tem preservados a sua audição e visão tornando
mais fácil o estimulo do “outro”, mesmo que este não seja muito bem compreensível.
As necessidades básicas da pessoa com
Deficiência Múltipla é compreender que a sua aprendizagem ocorrerá dentro de um
ritmo mais lento que os demais, precisa de uma rotina de trabalho e instruções
mais precisas e principalmente precisará de um referencial como um auxiliar em
sala ou cuidador. Para os surdocegos a necessidade de se criar um ambiente
propício com atividades vitais que favoreçam a sua autonomia e independência.
Ambas deficiências estão associadas a dificuldade de comunicação, ela precisa
ter mais clareza e uma importância relevante. O espaço de aprendizagem deve ser
acolhedor e favorecer ao aluno um interesse em se comunicar. Para isso será
necessário observar o melhor posicionamento na sala de aula para que o aluno
possa ouvir, enxergar e fazer movimentos necessários. Criar formas
diferenciadas de comunicação, aquela que seja mais adequada ao aluno e que
estas sejam reforçadas. Planejar atividades que realmente façam a diferença na
vida deste aluno, como atividades do dia-a-dia com objetos próprios,
socialização e o conhecimento do espaço onde o mesmo irá conviver. Esta
comunicação poderá ser dividida em:
→
RECEPTIVA: Algo escrito, fala de alguém, Braille, libras e etc, sejam eles
recebido através dos meios de comunicação, por uma pessoa, através de uma foto
ou gravura ou por tudo que possa ser ouvido ou visto.
→
EXPRESSIVA: Através de gestos, observação e manuseio de objetos, movimentos com
o corpo, uso da linguagem oral (grito, sorriso, tom de voz) e da escrita sempre
mediado por alguém.
Portanto,
a forma de agir da pessoa que mediará a comunicação é muito importante, pois influencia
muito na maneira do surdocego e da pessoa que tem deficiência múltipla ver o
mundo que a cerca e no desenvolvimento de sua aprendizagem.
REFERENCIAS;
BOSCO,
Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R.S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC –
MEC/2010: A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar – Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiencia
Múltipla. Brasilia:2010.
MAIA,
Shirley Rodrigues. Aspectos importante
para saber sobre Surdocegueira e Deficiencia Múltipla. São Paulo: 2011.
SERPA,
Ximena Fonegra. Comunicação para Pessoas
com Surdocegueira. Tradução do livro Comunicacion
para persona Sordociegas, INSOR – Colômbia, 2002.