quinta-feira, 6 de março de 2014

PESSOA COM SURDEZ E O AEE



O Papel do Atendimento Educacional Especializado na Educação Escolar de pessoas com surdez

Na perspectiva inclusiva o Atendimento Educacional Especializado (AEE) vem sendo um aliado para as pessoas com surdez, pois possibilita uma melhor interação tanto de professores quanto dos alunos. De acordo com a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva o AEE tem como “função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas” (MEC/SEESP, 2007), garantindo assim, um olhar diferenciado para essas pessoas possibilitando – os o enriquecimento e valorizando a sua aprendizagem. Nas escolas onde há alunos com surdez deve-se levar em conta o trabalho do bilingüismo pois o mesmo trabalha com a Língua Brasileira de Sinais (libras) e com a língua portuguesa dos ouvintes. Isto permitirá uma troca de experiências e o reconhecimento do surdo em aprender os diferentes âmbitos da linguagem formal.
O AEE deve ser a ponte que liga o trabalho desenvolvido na sala comum com a capacidade de compreensão do aluno surdo, construindo assim uma rede de aprendizagem. O professor da sala regular juntamente com o do AEE terão a oportunidade de escolher práticas pedagógicas diferenciadas onde adaptadas do jeito certo e na hora certa farão a diferença. E o aluno surdo por sua vez poderá criar condições  para questionamentos e reflexões onde suas dificuldades serão sanadas, barreiras serão quebradas e novos saberes conquistados. Segundo Damázio (2010, p.52) há três momentos didático – pedagógicos distintos  no trabalho do AEE.
● Atendimento Educacional Especializado em Libras: Este atendimento ocorre no contra – turno da aula comum todos os dias. Nele o professor do AEE planeja junto com o professor de língua portuguesa como serão ministrados e repassados os conteúdos para o aluno surdo, possibilitando a ele uma melhor compreensão do que será estudado. Os materiais usados deverão ser ricos em informações visuais e serem colocados expostos na sala de aula.
● Atendimento Educacional Especializado para o Ensino da Língua Portuguesa: Deve ocorrer na Sala de Recurso Multifuncionais no contra – turno e é desenvolvido por um professor de preferência de língua portuguesa ou que entenda as formas lingüísticas da nossa língua. É uma proposta bilíngüe onde o aluno surdo aprenderá tanto em libras como o português convencional para fazer parte do dia – a – dia e em diversas situações. Seu objetivo é que o aluno surdo se aproprie da gramática, ortografia e tenha o contato com diversos tipos de textos. Lembrando sempre do diagnostico inicial para saber quais são os conhecimentos que o aluno já adquiriu e quais ainda deverão ser trabalhados. Este atendimento deve começar na alfabetização e seguir até a universidade.
● Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras: É realizado por um professor ou instrutor de libras ( de preferência surdo) no contra – turno. Este professor deve conhecer os termos técnicos – científicos das diversas áreas do conhecimento. O uso destes termos em libras é importante para que o aluno surdo consiga abstrair os conceitos trabalhados na abordagem bilíngüe. Neste momento também deve – se privilegiar o trabalho com imagens visuais, pois as mesmas contribuem para maior compreensão do conteúdo em libras.
Portanto o trabalho desenvolvido na sala de aula com alunos surdos só se efetivará com êxito com a parceria do Atendimento Educacional Especializado, pois este em seus três momentos didático – pedagógicos acima citados nortearão e complementarão os conteúdos trabalhados. A escola deve estar preparada para a inclusão do aluno surdo aconteça por inteiro, sendo elas nos aspectos cognitivos, sociais, emocionais e culturais fazendo o uso dos seus direitos e preparando – os para exercer os seus deveres.

Referências:

BRASIL, Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Secretaria de Educação Especial – MEC/SEESP, Brasília:2007. 
COLETÂNEA UFC – MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo 05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional Especializado em Construção, p. 46 – 57.

Um comentário:

  1. Sandra o seu texto está bem explicativo, coerente e fundamentado, será de grande aprendizado para todos nós.
    Parabéns!

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