sexta-feira, 18 de abril de 2014



DEFICIÊNCIA MÚLTIPLA E SURDOCEGUEIRA, NOVOS DESAFIOS

Sandra Maria Marques Ribeiro

Estamos diante de duas deficiências tão iguais e tão distintas ao mesmo tempo, pois ambas possuem habilidades, potencialidades e dificuldades próprias que merecem o nosso esforço em compreendê – las. A deficiência Múltipla é um nome dado para uma pessoa que possui mais de uma deficiência, sejam elas visuais ou auditivas desde que estejam presentes com outras deficiências como intelectual, física ou distúrbios neurológicos e que prejudica o desenvolvimento global da pessoa e a sua interação. Já a surdocegueira possui duas deficiências juntas, ou seja, a cegueira e a surdez, sendo ela associada a uma única deficiência. O uso destes dois sentidos torna - se prejudicado e há necessidade de criar novas estratégias para que esta pessoa aprenda e faça parte do mundo que a cerca. É muito importante saber que surdocegueira não é uma deficiência múltipla, a pessoa surdocega precisa de uma interferência de alguém ou de algum estimulo ao redor para adquirir, entender e responder ao que foi solicitado. Seu conhecimento do mundo segundo Maia “se faz pelo uso dos canais sensoriais proximais como: tato, olfato, paladar, cinestésico, proprioceptivo e vestibular” (Maia, 2011, pág. 4). Já quem possui deficiência múltipla na maioria das vezes tem preservados a sua audição e visão tornando mais fácil o estimulo do “outro”, mesmo que este não seja muito bem compreensível.
As necessidades básicas da pessoa com Deficiência Múltipla é compreender que a sua aprendizagem ocorrerá dentro de um ritmo mais lento que os demais, precisa de uma rotina de trabalho e instruções mais precisas e principalmente precisará de um referencial como um auxiliar em sala ou cuidador. Para os surdocegos a necessidade de se criar um ambiente propício com atividades vitais que favoreçam a sua autonomia e independência. Ambas deficiências estão associadas a dificuldade de comunicação, ela precisa ter mais clareza e uma importância relevante. O espaço de aprendizagem deve ser acolhedor e favorecer ao aluno um interesse em se comunicar. Para isso será necessário observar o melhor posicionamento na sala de aula para que o aluno possa ouvir, enxergar e fazer movimentos necessários. Criar formas diferenciadas de comunicação, aquela que seja mais adequada ao aluno e que estas sejam reforçadas. Planejar atividades que realmente façam a diferença na vida deste aluno, como atividades do dia-a-dia com objetos próprios, socialização e o conhecimento do espaço onde o mesmo irá conviver. Esta comunicação poderá ser dividida em:

→ RECEPTIVA: Algo escrito, fala de alguém, Braille, libras e etc, sejam eles recebido através dos meios de comunicação, por uma pessoa, através de uma foto ou gravura ou por tudo que possa ser ouvido ou visto.

→ EXPRESSIVA: Através de gestos, observação e manuseio de objetos, movimentos com o corpo, uso da linguagem oral (grito, sorriso, tom de voz) e da escrita sempre mediado por alguém.

Portanto, a forma de agir da pessoa que mediará a comunicação é muito importante, pois influencia muito na maneira do surdocego e da pessoa que tem deficiência múltipla ver o mundo que a cerca e no desenvolvimento de sua aprendizagem.


REFERENCIAS;

BOSCO, Ismênia C. M. G.; MESQUITA, Sandra R.S. H.; MAIA, Shirley R. Coletânea UFC – MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar – Fascículo 05: Surdocegueira e Deficiencia Múltipla. Brasilia:2010.

MAIA, Shirley Rodrigues. Aspectos importante para saber sobre Surdocegueira e Deficiencia Múltipla. São Paulo: 2011.

SERPA, Ximena Fonegra. Comunicação para Pessoas com Surdocegueira. Tradução do livro Comunicacion para persona Sordociegas, INSOR – Colômbia, 2002.

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