O Papel do
Atendimento Educacional Especializado na Educação Escolar de pessoas com surdez
Na perspectiva inclusiva o Atendimento
Educacional Especializado (AEE) vem sendo um aliado para as pessoas com surdez,
pois possibilita uma melhor interação tanto de professores quanto dos alunos.
De acordo com a Política Nacional da Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva o AEE tem como “função identificar, elaborar e organizar
recursos pedagógicos e de acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena
participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas” (MEC/SEESP,
2007), garantindo assim, um olhar diferenciado para essas pessoas
possibilitando – os o enriquecimento e valorizando a sua aprendizagem. Nas
escolas onde há alunos com surdez deve-se levar em conta o trabalho do
bilingüismo pois o mesmo trabalha com a Língua Brasileira de Sinais (libras) e
com a língua portuguesa dos ouvintes. Isto permitirá uma troca de experiências
e o reconhecimento do surdo em aprender os diferentes âmbitos da linguagem
formal.
O AEE deve ser a ponte que liga o
trabalho desenvolvido na sala comum com a capacidade de compreensão do aluno
surdo, construindo assim uma rede de aprendizagem. O professor da sala regular
juntamente com o do AEE terão a oportunidade de escolher práticas pedagógicas
diferenciadas onde adaptadas do jeito certo e na hora certa farão a diferença.
E o aluno surdo por sua vez poderá criar condições para questionamentos e reflexões onde suas
dificuldades serão sanadas, barreiras serão quebradas e novos saberes
conquistados. Segundo Damázio (2010, p.52) há três momentos didático –
pedagógicos distintos no trabalho do
AEE.
● Atendimento Educacional Especializado em Libras: Este
atendimento ocorre no contra – turno da aula comum todos os dias. Nele o
professor do AEE planeja junto com o professor de língua portuguesa como serão
ministrados e repassados os conteúdos para o aluno surdo, possibilitando a ele
uma melhor compreensão do que será estudado. Os materiais usados deverão ser
ricos em informações visuais e serem colocados expostos na sala de aula.
● Atendimento Educacional Especializado para o Ensino
da Língua Portuguesa: Deve ocorrer na Sala de Recurso Multifuncionais no contra
– turno e é desenvolvido por um professor de preferência de língua portuguesa
ou que entenda as formas lingüísticas da nossa língua. É uma proposta bilíngüe
onde o aluno surdo aprenderá tanto em libras como o português convencional para
fazer parte do dia – a – dia e em diversas situações. Seu objetivo é que o
aluno surdo se aproprie da gramática, ortografia e tenha o contato com diversos
tipos de textos. Lembrando sempre do diagnostico inicial para saber quais são
os conhecimentos que o aluno já adquiriu e quais ainda deverão ser trabalhados.
Este atendimento deve começar na alfabetização e seguir até a universidade.
● Atendimento Educacional Especializado para o ensino
de Libras: É realizado por um professor ou instrutor de libras ( de preferência
surdo) no contra – turno. Este professor deve conhecer os termos técnicos –
científicos das diversas áreas do conhecimento. O uso destes termos em libras é
importante para que o aluno surdo consiga abstrair os conceitos trabalhados na
abordagem bilíngüe. Neste momento também deve – se privilegiar o trabalho com
imagens visuais, pois as mesmas contribuem para maior compreensão do conteúdo
em libras.
Portanto o trabalho desenvolvido na sala
de aula com alunos surdos só se efetivará com êxito com a parceria do
Atendimento Educacional Especializado, pois este em seus três momentos didático
– pedagógicos acima citados nortearão e complementarão os conteúdos
trabalhados. A escola deve estar preparada para a inclusão do aluno surdo
aconteça por inteiro, sendo elas nos aspectos cognitivos, sociais, emocionais e
culturais fazendo o uso dos seus direitos e preparando – os para exercer os
seus deveres.
Referências:
BRASIL, Política
Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Secretaria de Educação Especial – MEC/SEESP, Brasília:2007.
COLETÂNEA UFC – MEC/2010: A Educação Especial na
Perspectiva da Inclusão Escolar. Fascículo
05: Educação Escolar de Pessoas com Surdez – Atendimento Educacional
Especializado em Construção, p. 46 – 57.